Este artigo é um convite aos irmãos para conhecerem a história da Igreja de Deus. Ao final, há um link para nossa seção de documentos. Na seção Documentos, que também pode ser acessada pelo menu Documentos, acima, publicaremos mais informações.
Este artigo vai sintetizar apenas a história moderna da Igreja referente à sua vinculação com o Movimento do Advento. A origem no passado sabatista será tema de outro artigo.
Existem duas “origens” modernas da Igreja de Deus, ou pelo menos duas explicações. Uma está vinculada aos sabatistas norte-americanos dos séculos XVI e XVII, e a outra à Igreja Adventista do Sétimo Dia. A priori, é importante esclarecer que nenhuma delas, isoladamente, serve como uma explicação cabal e completa para a pergunta: De onde vem a Igreja de Deus?
A Igreja de Deus (7º Dia), em sua forma organizada como conferência de igrejas associadas a um sistema administrativo central, surgiu de um conjunto de igrejas sabáticas que se recusaram a aceitar Ellen G. White como a profetisa do Movimento e que abraçaram a doutrina da “era por vir”. A Igreja Adventista do Sétimo Dia, por outro lado, emergiu desse mesmo grupo de igrejas sabáticas, mas adotou Ellen White como profetisa e rejeitou a doutrina da “era por vir”. Ou seja, tanto a Igreja de Deus quanto a Adventista do Sétimo Dia foram, por um período, a mesma coisa antes de se separarem. Vamos entender melhor.
Três períodos do Movimento Milerita/Adventista
Classificando o tempo histórico:
- Primeira Fase (1831 a 1844): Surgimento do Movimento Milerita/Adventista como consequência das pregações de William Miller, que propagava a ideia de que Jesus retornaria em 1843/44.
- Segunda Fase (1845 a 1858/60): Dispersão do Movimento Milerita/Adventista em três segmentos:
- Primeiro Grupo: Pessoas desiludidas com o Movimento que retornaram para suas antigas congregações.
- Segundo Grupo: Aqueles que deram origem às igrejas adventistas dominguistas.
- Terceiro Grupo: Religiosos que passaram a ser denominados “mileritas/adventistas sabáticos”, entre os quais estavam Ellen White, Tiago White, José Bates e Gilbert Crammer.
- Terceira Fase (1858 em diante): Separação entre as igrejas sabatistas que rejeitavam Ellen White e os sabatistas/adventistas que a aceitavam, resultando na formação da Igreja de Deus (7º Dia) e Adventista do Sétimo Dia.
A história da Igreja de Deus, em paralelo à da Igreja Adventista, é repleta de nuances que podem facilmente causar confusão. Por exemplo, houve duas publicações chamadas The Hope of Israel, uma na década de 1840 e outra na década de 1860, que mais tarde se tornou a Bible Advocate. Outro detalhe interessante é que o nome “Igreja de Deus” era amplamente utilizado no Movimento Adventista, sendo motivo de divergência entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia e a Igreja de Deus (7º Dia).
A Igreja de Deus não surgiu diretamente da Igreja Adventista, mas do mesmo ambiente religioso que deu origem à Igreja Adventista. Esse ambiente compartilhava como eixo central a doutrina do santuário, um símbolo adventista. Portanto, não se pode negar a proeminência adventista na história da Igreja de Deus.
No Brasil, foi ensinado que a Igreja de Deus tinha uma linhagem desvinculada do mundo religioso protestante, o que não parece estar correto. Poucos fatos bastam para comprovar sua origem no meio adventista. Crammer, o ministro que “fundou” a Igreja de Deus moderna, era adventista e não um ministro de uma Igreja de Deus bíblica que combatia as inverdades propagadas pelo movimento dos White. Crammer se vinculou ao Movimento Adventista pouco antes da Grande Decepção e permaneceu nele até 1858. Prova disso é que, após afastar-se por um tempo, ele voltou a procurar os adventistas para retomar seu trabalho como pregador, e não a Igreja de Deus. Além disso, quando ele saiu do adventismo, fundou uma igreja com o nome “Igreja de Cristo”, e não “Igreja de Deus”. Por quê? Se o nome “Igreja de Deus” já era utilizado no meio adventista, por que ele não manteve esse nome? Isso é uma evidência de que ele não tinha conhecimento sobre a existência de uma Igreja de Deus fora do adventismo, muito menos que ele pertencia ou era ministro de tal igreja.
O Partido do Mensageiro e a divisão entre os Adventistas Sabáticos
No início da década de 1850, muitas igrejas locais começaram a se opor às visões de Ellen White. Não há dúvidas de que essas visões eram usadas como estratégia para manter o controle sobre tais igrejas. À medida que essas visões eram empregadas para constranger os oponentes, mais oposição surgia, fortalecendo o movimento contrário. Não demorou para que ocorresse a divisão. O historiador da Igreja de Deus, Richard Nickels, destaca um conflito local que teve grande impacto na história do movimento, provocado por Hiram S. Case e C.P. Russell, que, depois de serem criticados por Ellen White diante de uma senhora da igreja local, fundaram, junto com outros “espíritos descontentes”, um jornal chamado Messenger of Truth (Mensageiro da Verdade) em 1853. Em torno desse jornal, se formou um grupo que ficou conhecido como o “Partido do Mensageiro”.
O Messenger of Truth abalou todo o movimento sabatista, que estava sob a influência da doutrina do Santuário, principalmente porque foi utilizado para combater o que era publicado na revista adventista Review and Herald. Segundo informações indiretas, o jornal também foi usado para divulgar a doutrina da “era por vir”.
Não há dúvidas de que o Partido do Mensageiro, o grupo que publicava o Messenger of Truth, foi o embrião da Igreja de Deus (7º Dia) no meio adventista. Para ir direto ao ponto, vejamos o que Richard Nickels, historiador da Igreja de Deus, diz:
“Como quase todas as informações disponíveis sobre o Messenger Party [Partido do Mensageiro] vêm do White Party [Partido White], é difícil ter uma visão clara de suas crenças e ações. O Messenger Party é importante porque foi um precursor direto, senão orgânico, da Church of God (Seventh Day). A prensa usada para imprimir o Messenger of Truth foi a mesma que começou a impressão do Hope of Israel, o primeiro jornal da Church of God.” (History of the Seventh Day Church of God)
“O Partido do Mensageiro foi ainda mais importante porque trouxe à tona as duas questões principais que criaram a divisão entre os adventistas sabáticos, resultando na formação da Igreja Adventista do Sétimo Dia e da Igreja de Deus: (1) o nome da igreja – Igreja de Deus versus Adventista do Sétimo Dia, e (2) a questão das visões de Ellen G. White.” (History of the Seventh Day Church of God)
Nada melhor do que a “Mãe História” para nos ensinar. Embora a Igreja de Deus tenha se separado da Igreja Adventista em termos doutrinários, elas compartilham uma origem comum. Foi um grupo de opositores às visões de Ellen White que rejeitou o nome “Adventista” e optou por “Igreja de Deus”, formando a matriz da Igreja à qual pertencemos hoje. Além disso, tudo indica que esse grupo foi influenciado pela doutrina da “era por vir”, levando-os a rejeitar o Movimento Adventista, baseado na doutrina do Santuário Celestial, e a constituir a Igreja de Deus (7º Dia).
Conheça melhor a história da Igreja de Deus (7º Dia):
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Paz seja convosco, excelente trabalho, tudo isto nos leva a conhecer parte das mentiras que infelizmente, foi pregado na igreja de Deus aqui no Brasil, como nossa cultura não costuma ler muito, ficam apenas no achismo crendo no que o Junqueira pregava, por outro lado vejo outros que como eu procuravam estudar, mas nos faltava informações, o que levou à maioria acreditar em uma linhagem infundada.
Verdade, Pastor Domingos. Temos que fundar nossa crença na rocha. Viver de ilusão não dá. A verdade é esta: a igreja histórica e organizada vem do meio adventista. A igreja de Deus no sentido lato da palavra vem daqueles que obedecem aos mandamentos de Deus e mantém a fé de Jesus.