O tema da coroação divina de Jesus Cristo como Rei dos reis e Senhor dos senhores é abordado em várias passagens bíblicas, desde as profecias do Antigo Testamento até as visões do Apocalipse. No livro de Gênesis, encontramos a profecia de Jacó sobre o reinado da tribo de Judá, que sugere que o cetro permanecerá com ela até a vinda de Siló, interpretada pelos cristãos como uma previsão do advento de Jesus Cristo. No entanto, há também profecias em Oséias e Ezequiel que preveem um período prolongado em que Israel ficaria sem rei, cetro e coroa. Isso levanta questionamentos sobre como conciliar essa ausência de realeza em Israel com a promessa de que o cetro permaneceria com Judá. De fato, ao longo da história, Israel permaneceu sem um rei, enquanto a promessa divina a Judá se manteve. Por isso, vemos no Apocalipse a profecia da coroação de Jesus Cristo como Rei, que governará as nações com autoridade suprema (“vara de ferro”), destacando sua soberania, justiça e poder eternos.
Gênesis 49:10, o cetro pertence a Judá. Neste versículo, Jacó profetiza sobre o futuro reinado da tribo de Judá, indicando que o cetro, símbolo de autoridade real, permanecerá com essa tribo até a vinda de Siló, uma referência ao próprio Messias, sendo interpretada pelos cristãos como uma previsão do advento de Jesus Cristo. “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.”
Oséias 3:4, Israel ficaria muito tempo sem rei. Essa passagem indica um período de desolação e privação para os filhos de Israel. Ela sugere que haverá um tempo em que não haveria líderes políticos ou religiosos, nem mesmo sacrifícios ou objetos sagrados como o éfode e os terafins, que eram usados em práticas religiosas. Essa ausência de liderança e práticas religiosas marcou um período de decadência espiritual e moral para o povo de Israel. “Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim.”
Ezequiel 21:26, a coroa seria tirada da cabeça do rei e devolvida somente. O profeta Ezequiel, em sua visão sobre o juízo iminente sobre Jerusalém e Israel, recebeu uma mensagem de Deus que simbolizava o fim da soberania do rei de Israel. Deus ordena a remoção do diadema e da coroa do rei, indicando o término de seu reinado e o início de um período em que Israel ficaria sem um monarca coroado. “Assim diz o Senhor Deus: Tira o diadema, e remove a coroa; esta não será a mesma; exalta o humilde, e humilha o soberbo.” Esta profecia se cumpriu, e desde então Israel nunca mais teve um rei coroado. Entretanto, há uma promessa de que a coroa voltará, mas não sobre a cabeça de um rei humano, e sim sobre a cabeça de Jesus Cristo.
O livro do Apocalipse indica que Jesus será o rei que governará com cetro de ferro. O livro faz referência a coroação messiânica. Em Apocalipse 12:5, é profetizado o nascimento de um filho homem que regerá todas as nações com uma vara de ferro. Esta é uma alusão ao reinado de Jesus Cristo como o Messias prometido, cuja autoridade é representada pelo cetro de ferro. “E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.” Além disso, Apocalipse 2:27 reforça essa imagem ao declarar que Jesus regerá as nações com uma vara de ferro, quebrando como vasos de oleiro todos aqueles que se opuserem a Ele. “E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.”
Salmos 2:9 também menciona o uso da vara de ferro para esmigalhar e despedaçar os inimigos. “Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.” Este versículo destaca a soberania absoluta de Deus sobre as nações e o cumprimento de sua vontade, inclusive por meio da autoridade conferida a Jesus Cristo, o Messias, para governar com justiça e poder. Assim, essas passagens destacam a coroação divina de Jesus Cristo como Rei dos reis e Senhor dos senhores, cujo reinado é marcado pela justiça, pelo juízo e pela autoridade suprema sobre todas as nações com cetro de ferro.