Cientistas descobrem ‘fórmula’ para atrasar envelhecimento em 80%

Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) dá esperanças sobre uma possível forma de atrasar o processo de envelhecimento humano. Os primeiros experimentos feitos com leveduras tiveram como resultado o prolongamento de sua vida útil em 82%.

Para entender melhor a pesquisa, é preciso voltarmos no tempo. Há três anos os primeiros experimentos começaram e os cientistas identificaram que as células de levedura seguem duas direções diferentes durante o envelhecimento.

Cerca de metade das células envelhece devido a um declínio gradual na estabilidade do DNA, onde a informação genética é armazenada. A outra metade envelhece ao longo de um caminho ligado ao declínio das mitocôndrias – parte da célula que produz a energia.

A partir dessa diferenciação, o grupo passou a manipular geneticamente esses processos para prolongar sua vida útil e expandiu a pesquisa usando biologia sintética para “criar” uma solução que evita que as células atinjam os níveis normais de deterioração associados ao envelhecimento. E os resultados foram animadores.

Circuitos genéticos

Todas as células, incluindo leveduras, plantas, animais e células humanas, contêm circuitos reguladores de genes responsáveis por muitas funções fisiológicas, incluindo o envelhecimento.
“Esses circuitos genéticos podem funcionar como nossos circuitos elétricos domésticos que controlam dispositivos como eletrodomésticos e carros”, diz Nan Hao, principal autor do estudo.

No novo estudo, os pesquisadores modificaram geneticamente o circuito que controla o envelhecimento celular.

O circuito reconectado funciona como um dispositivo semelhante a um relógio, chamado de oscilador de gene, que leva a célula a alternar periodicamente entre dois estados “envelhecidos”, evitando o compromisso prolongado com qualquer um deles e, assim, retardando a degeneração celular.

Retardando o relógio do envelhecimento

Ao contrário de inúmeras tentativas químicas e genéticas de forçar as células a estados artificiais de “juventude”, a nova pesquisa fornece evidências de que é possível retardar o “relógio” do envelhecimento, impedindo ativamente que as células se comprometam com uma trajetória predestinada de declínio e morte.
As células de levedura manipuladas com este método resultaram em um aumento de 82% no tempo de vida em comparação com as células de controle envelhecidas em circunstâncias normais. “Nosso trabalho representa um exemplo de prova de conceito, demonstrando a aplicação bem-sucedida da biologia sintética para reprogramar o processo de envelhecimento celular. Ele pode lançar as bases para projetar circuitos genéticos sintéticos que efetivamente promovem a longevidade a organismos mais complexos”, resumiu Nan Hao.

*Com informações El País e Swissinfo… –

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