A verdade sobre o Anticristo

Nos dias em que vivemos, os teólogos entendem a questão do Anticristo de duas principais formas, que se denominam: Teoria Futurista e Teoria Cumprida.

É obvio que não existem duas verdades, daí a razão de buscarmos a fundo entender estas posições para nossa segurança espiritual.

A teoria futurista, ou dispensacionalista, defende a ideia de que a vinda de Jesus se dará em duas fases:

Na primeira, Cristo viria secretamente e raptaria aos crentes, levando-os para um estágio de sete anos no Céu. Após o rapto, o Anticristo assumiria o poder na Terra, formaria um governo mundial e estabeleceria um pacto com os judeus, envolvendo a reconstrução do Templo e o restabelecimento do culto e oferta de sacrifícios. Passados três anos e meio, o pacto seria rompido e os judeus seriam perseguidos. No final dos sete anos, Cristo viria do Céu com os santos, o que seria a segunda fase, quando então terminaria o domínio do Anticristo e seria estabelecido o Reinado Milenar sobre a Terra.

Onde, como e quando surgiu essa teoria? Seria essa a fé dos primeiros cristãos? O que pensavam os reformadores protestantes?

Quem viria primeiro: Cristo ou o Anticristo?

Os irmãos de Tessalônica estavam apreensivos de que a segunda vinda de Cristo já estivesse chegando em seus dias. Paulo os tranquilizou deixando claro que, primeiro se implantaria a apostasia, que daria à luz o Anticristo, e aí sim Jesus retornaria. Depoimentos históricos dos primitivos líderes da Igreja e dos grandes reformadores confirmam que o papado é o Anticristo, que este perseguiria os santos, a Igreja, e que sua ascensão (elevação) se daria após a queda do Império Romano. Assim que, o que nos dias apostólicos estava impedindo a manifestação do Anticristo, era o Império Romano. Os futuristas pregam exatamente o contrário: Que o Anticristo ainda virá e que virá depois de Cristo e da 1ª Ressurreição e que o que impede sua vinda é a presença da Igreja ou do Espirito Santo na Terra.

2Tessalonicenses 2:1-3

… Primeiro viria a apostasia e o homem do pecado.

2Tessalonicenses 2:4

… Seria um religioso, não um ateu.

2Tessalonicenses 2:6-7

… Algo estava no caminho impedindo sua manifestação.

2Tessalonicenses 2:5

… Paulo não quis identifica-lo por carta.

2Tessalonicenses 2:1-3

Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele,

Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.

Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,

2Tessalonicenses 2:4

O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.

2Tessalonicenses 2:6-7

E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado;

2 Tessalonicenses 2:5

Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?

O Anticristo é a décima primeira ponta que surgiu na cabeça do 4º animal (Império Romano), que faria guerra aos santos por 3 tempos e meio. (3 tempos e meio de anos, ou 1260 dias proféticos = 1260 anos) e este é o papado que durante sua supremacia (538 -1798) perseguiu a Igreja original. A Igreja é a Mulher que fugiu para o Deserto, e que foi milagrosamente protegida e preservada por Deus YAHWEH, para que não fosse destruída. Ademais, as profecias de Daniel 2 e 7 nos falam de somente 4 reinos mundiais, sob o governo humano. O 5º reino já será o Reino Milenar de Cristo. Não haverá reinado do Anticristo!

Daniel 7:22,25

… Anticristo persegue a Igreja por 3 tempos e meio = 1260 anos.

Apocalipse 12:6,14

… Igreja perseguida 3 tempos e meio ou 1260 dias proféticos.

Apocalipse 13:5-7

… A besta persegue aos santos por 42 meses = 1260 dias.

Apocalipse 11:15; 1Coríntios 15:52; 1Tessalonicenses 4:16

…Ao toque da 7ª (sétima) e última trombeta, Cristo virá para ressuscitar os santos e estabelecer o Reino. Os santos já foram perseguidos pelo papado no passado.

Daniel 7:22,25

Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo.

Apocalipse 12:6,14

E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada   durante mil duzentos e sessenta dias. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.

Apocalipse 13:5-7

E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.

Apocalipse 11:15; 1Coríntios 15:52; 1Tessalonicenses 4:16

E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. Apocalipse 11:15

Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e     os     mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 1 Coríntios 15:52

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de     Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 1 Tessalonicenses 4:16

A segunda vinda de Jesus Cristo

Para acharmos a verdade e melhor entendermos os fatos relacionados com a teoria futurista de um rapto pré-tribulacionista, dos sete anos no Céu e do suposto reinado do Anticristo, é necessário analisarmos os eventos que ocorrerão com a vinda de Jesus.

Primeiramente, deixe-nos dizer-te que a Bíblia fala de somente mais uma vinda de Jesus, a segunda vinda. Isto não concorda, por exemplo, com a teoria futurista, que prega mais duas vindas do mestre, uma para a ressurreição e rapto dos justos e outra sete anos depois com a Igreja, para o estabelecimento do Milênio na Terra. Igualmente prega a teologia adventista: Uma vinda pra buscar a Igreja e desolar a terra, um estágio de mil anos no Céu e outra vinda para habitar na terra restaurada. Além destas duas posições, ainda há os que pregam uma eterna morada nos Céus, sobre os quais não trataremos neste estudo.

Fatos estritamente ligados à segunda vinda de Cristo e que não podem ser desmembrados para atender as supostas duas fases ou duas vindas do Messias:

Apocalipse 11:15-19

…Ao toque da 7ª e última trombeta ocorrerão: A posse e estabelecimento do Reino Milenar na Terra; Tempo de recompensa: Guerra de Armagedon, juízo sobre reis e nações.

1Tessalonicenses 4:13-17

…Ao toque da trombeta de Deus sucederão: A ressureição dos santos; o ajuntamento ou arrebatamento até as nuvens (não aos Céus) para o encontro e recepção ao Senhor.

1Coríntios 15:50-54

Ao som da última trombeta: Ressurreição dos santos mortos e transformação dos santos vivos.

Apocalipse 11:15-19

E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.

1Tessalonicenses 4:13-17

Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos      entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

1Coríntios 15:50-54

E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção   herdar a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;

Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.

Baseado nestes textos, vemos que, ao mesmo tempo em que se toca a sétima e última trombeta, se dará a ressurreição e o estabelecimento do Reino Milenar na Terra. Não há nenhum intervalo entre esta ressurreição e a implantação do Milênio. Por outro lado, vemos que a vinda não será secreta e silenciosa. Pois será ao toque da trombeta de Deus, alarido e vós de arcanjo. Conclusão: Não haverá o tão divulgado rapto secreto pré-tribulacionista.

A septuagésima semana de Daniel 9:24-27

Para argumentar a possível vinda de um Anticristo, depois da vinda de Cristo, os futuristas dizem que das 70ª semanas proféticas, sessenta e nove chegaram até Cristo, mas que aí se estabeleceu um parêntese que se estenderá até ao suposto rapto, quando então começaria a 70ª semana. Este espaço em que a contagem esteve parada é denominado período parentético, ou era da Igreja. Estaria isto correto? Certamente que não!

Não, porque não se pode desmembrar assim as 70ª semanas e até porque Daniel nada fala do Anticristo neste texto. É tudo pura especulação, ademais, a profecia de Daniel 2 e 7 nos apresentam apenas quatro reinos com caráter mundial, sob o comando humano. O próximo quinto reino mundial, depois dos reinos representados pelos pés da grande estátua, será o Reino Milenar, sob o governo de Cristo e de seus santos. Não há nenhum lugar na profecia para um quinto reino mundial sob o Anticristo. O sacrifício retirado na metade da semana profética de Daniel 9:27, foi o sistema de sacrifícios que se encerrou com a morte de Jesus, após três anos e meio de seu mistério. Embora os Judeus prosseguissem com o ritual até por volta do ano 70 A.D., no plano da salvação já não tinha mais valor algum.

Assim que, as 70ª semanas se cumpriram de forma continua ininterrupta, chegando a seu final com a morte de Estevão e perseguição da Igreja.

Outra contradição desta teoria é que, segundo Daniel 7:25, o Anticristo perseguiria os santos do Altíssimo, por 3 anos e meio de tempos. Quem seriam estes santos, se a igreja estivesse no Céu nesta fase?! Não me digam que além da Igreja, haveriam outros santos aqui na Terra?!

Dizem ainda que haveriam conversões na Terra, no reinado de 7 anos do Anticristo. Quem estaria convertendo estas pessoas, visto que, segundo eles, o Espirito Santo, seria retirado daqui junto com a Igreja, no rapto? Não é o Espirito Santo quem converte às almas?

Ninguém sabe o dia e a hora da vinda de Cristo

Com a teoria futurista do rapto silencioso e secreto, seus adeptos acabam por se envolver em serias contradições. Suas pregações tem divulgado que no dia do rapto haverá uma grande perturbação no mundo, com o desaparecimento repentino de milhares de pessoas crentes e até mesmo, de crianças, ainda que, filhos de pais descrentes. Isto faria mesmo de Jesus um verdadeiro sequestrador. Dizem que todos os meios de comunicação darão total atenção ao evento, que tomará praticamente todo o espaço em suas transmissões.

Dizem ainda que muitos crentes despercebidos ficarão aqui, lamentando sua infidelidade e  enfrentarão o terrível período de tribulação. Onde acham apoio para tais suposições?

A verdade é que, uma vez que ensinam um estágio de sete anos no Céu após o rapto, basta o mundo cronometrar estes sete anos e terão com incrível exatidão, o dia e a hora da vinda de Jesus. Aí o que acontece? Isto contradiz o que Jesus disse, certo?

Porque entram nesta grave contradição? Porque para se livrar da idéia logica de que Jesus ainda vem mais duas vezes, conforme sua teoria, acabam por dizer que a vinda para o rapto, não pode ser considerada como uma vinda. É apenas um rapto secreto, uma fase e não uma vinda, dizem eles. Já que é assim, a vinda com a Igreja que seria a segunda vinda e daí todos saberão quando ocorrerá, certo? É só contar 7 anos em cima do rapto secreto, não é mesmo?

Se há um rapto secreto pré-tribulação, porque deveríamos vigiar?

Insistem em dizer, que a Igreja será raptada antes dos dias de aflição que precederão à vinda de Jesus. Seria isso uma verdade?

Parece-nos muito contraditório haver por parte de Jesus e dos Apóstolos, tantas admoestações a estarmos vigilantes, quanto ao dia e a vinda do Senhor, quando seriamos raptados e trasladados aos Céus, antes destes acontecimentos. Para que se preocupar, se seremos raptados e não entraremos na tribulação? Porque então estas insistentes instruções a uma vigilância constante?

A realidade é que a Igreja verdadeira estará sim aqui, durante as pragas, a tribulação, e os momentos da vinda do Senhor. A Palavra diz que veremos o fim dos ímpios e que estes se farão cinzas, debaixo de nossos pés. A igreja, todavia, embora na Terra, não sofrerá os efeitos destes acontecimentos, mas estará protegida, assim como ocorreu com Sadraque, Mesaque e Abednego e com os Hebreus, quando da mortandade dos primogênitos, no Egito.

Mateus 24:42-44

… Vigiai, pois não sabeis a hora.

1Tessalonicenses 5:1-6

… Não dormir, vigiar, estar atentos.

Mateus 25:13

… Vigiai pois, porque não sabeis o dia nem a hora.

Apocalipse 16:15

… Bem-aventurado aquele que vigia.

Mateus 24:27

… Virá como um relâmpago, visivelmente.

Mateus 24:42-44

Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.

1Tessalonicenses 5:1-6

Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão;

Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios;

Mateus 25:13

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.

Apocalipse 16:15

Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.

Mateus 24:27

Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.

Muitos por esperar um rapto secreto, uma ida aos Céus pré-tribulação ou ainda a futura perseguição e marca da besta, estão totalmente desapercebidos quanto às profecias. Como está você? Não gostaria de conhecer as profecias para estar mais vigilante nestes tempos?

A origem do dispensacionalismo

A teoria de uma vinda de Cristo pré-tribulacionista para um rapto secreto da Igreja, sem dúvida, só passou a ser conhecida após o ano de 1830. Edward Irving, Nascido na Escócia em 1792, tornou-se um dos mais eloquentes pregadores de sua época. Em 1828, suas concentrações ao ar livre na Escócia, chegaram a reunir cerca de 10 mil pessoas. Citamos Irving porque foi em seu movimento em março de1830 que a jovem Margaret McDonald, em visão, deu uma profecia na qual falava da visível e gloriosa vinda de Cristo. Mas na continuação, começou a falar de outra vinda de Cristo, uma vinda “especial”, uma vinda “secreta”, na qual Ele raptaria os que estivessem preparados e esperando por sua vinda. Os que ficassem, passariam pelo periodo de tribulação.

Essa teoria se espalhou entre os “Irmãos de Plymouth”, mas foi um deles, Dr. S.P. Tregelles quem rejeitou a idéia. Escrevendo em 1864 (Tregelles, The Hope of Crist’s Second Coming, pag 34-37) disse:

“Eu não estou seguro que houvesse um ensinamento definido sobre que haveria um rapto secreto da Igreja em uma vinda secreta até que isto foi dado como uma “declaração” na Igreja do Sr. Irving, o que foi recebido como sendo a voz do Espirito. Todavia, se alguém já defende ou não tal coisa, isto é, daquela suposta revelação a moderna doutrina e a moderna fraseologia levantou a respeito. Isto veio, não das Escrituras Sagradas, mas daquilo que falsamente pretende ser o Espirito de Deus.”

Embora Irving aparentemente ensinasse tal doutrina e que o surgimento disto tivesse origem em seu movimento, foi John Nelson Darby quem a introduziu nas principais correntes de interpretações proféticas. Darby acertou algumas arestas e seu sistema foi uma base adotada entre os principais mestres do dispensacionalismo.

Darby nasceu em Londres em novembro de 1800. Foi uma pessoa de boa formação e seus escritos sobre temas bíblicos chegaram a mais de 30 volumes de 600 páginas cada. Este chegou a produzir uma versão da Bíblia com notas e escreveu poemas e hinos. Morreu em 29 de abril de 1882. Em 1825 foi ordenado, a diácono na Igreja da Inglaterra e posteriormente, tornou-se um líder entre os Irmãos de Plymouth (Grupo formado por crentes insatisfeitos com a letárgica condição de muitas igrejas da época). Embora este movimento tivesse iniciado em Dublin (Irlanda), foi Plymouth, Inglaterra, que se tornou o centro da expansão de sua literatura, daí o nome de Irmão de Plymouth.

Darby é considerado como “o pai do dispensacionalismo moderno”. Nem todos os “Irmãos” aceitaram suas idéias, todavia, os que lhe deram crédito muitas vezes eram chamados de “darbitas”. B.W. Newton, por exemplo, rejeitou a teoria dizendo-a ser “sem sentido”. Outros notáveis ministros da Época, entre eles George Muller, William Booth e Charles Spurgeon, também se opuseram considerando tal ensino, sem apoio bíblico.

Este ensino foi introduzido nos U.S.A e Canadá, nas decadas de 1860/70. O próprio Darby visitou os States seis vezes. Seguindo a liderança de Darby, os escritos de Charles Henry Mackntosh (1820-1896), conhecido mais pelas iniciais C.H.M., ajudou a espalhar a teoria dos dispensacionalismo. William Blackstone escreveu um livro intitulado Jesus is Coming (Jesus está voltando), no qual ensinou o rapto secreto. Este foi distribuído a líderes e pessoas de várias denominações no país (U.S.A). No entanto, o que provavelmente contribuiu para a expansão desta mensagem foi a impressao da Scofield Reference Bible (Bíblia de Referencias de Scofield) em 1909.

Cyrus Ingerson Scofield (1843- 1921) foi soldado durante a guerra civil americana. Posteriormente se envolveu em política e durante a administração do Presidente Grand, foi indicado para ser o procurador em Kansas. Em 1879 se converteu por meio dos esforços de um obreiro da Y.M.C.A. (Associação de Moços Cristãos) e três anos mais tarde se tornou Ministro Congregacional.

Alguns supoem que tenha recebido o ensino futurista e dispensacionalista por Malachi Tailor, um membro dos “Irmãos de Plymouth”, outros dizem que foi através de um contato com J.H. Brokes. De uma forma ou de outra, o fato é que Scofield se tornou um grande promotor do ensino formulado por Darby, a quem considerou “o mais profundo estudante da Bíblia dos tempos modernos”. Este ensino foi introduzido nas notas que apresenta em sua tradução na Bíblia.

Não é a nossa intenção desmerecer estes homens, que sem dúvida foram grandes estudiosos. O que não podemos deixar de registrar é que seus ensinos infelizmente não encontram apoio solido nas Escrituras, e que, portanto, não os podemos aceitar. (Historico compilado de Great Prophecies of the Bible, páginas 45-51 – R,Woodrow) Respeito à Teoria Cumprida, trataremos oportunamente.

Pais da Igreja e reformadores identificam o anticristo

O ensino de que haverá uma vinda secreta de Cristo antes do aparecimento do homem do pecado, tem muita aceitação neste século. Muitos sinceros o têm aceitado com pouca ou quase nenhuma investigação. Consequentemente, poderia ser chocante para muitos, saberem que este ensinamento não foi ensinado na primitiva Igreja nem na Igreja dos primeiros séculos. Conforme já visto, somente a partir de 1830 se divulgou tal teoria. Assim que um rapto secreto e pré-tribulação não figurava na fé dos primitivos crentes.

George Ladd, professor seminarista, após fazer um levantamento da história da Igreja, disse: “Cada pai da Igreja que lidou com este assunto, esperava um sofrimento da Igreja nas mãos do Anticristo: … Nós não encontramos sinal de pré-tribulacionismo na Igreja primitiva e nenhum tribulacionismo moderno tem provado tem provado que sua particular doutrina tivesse sido criada por algum dos pais da Igreja ou estudiosos da Palavra, antes do século dezenove. (Ladd, The Blessed Hope, página 31).

O Didachê, uma das mais primitivas literaturas depois do N.T., afirma que o Anticristo viria, muitos seriam afligidos e mortos e que após isto se daria a ressurreição dos justos. (Idem, página 20, 21).

A Epistola de Barnabás, escrita na mesma época diz: “Quando o Filho vier, desfará o tempo do maligno e julgará os ímpios”. Barnabás não cria numa vinda de Cristo antes do maligno ou Anticristo e nem que Jesus viesse “a qualquer momento” pois esperava primeiro a queda do Império Romano. (Barnabás, in Ante-Nicense Fathers, Vol 1 página 146, 138)

 Justino Mártir (100-165), falando da vinda de Cristo disse: “Ele virá dos Céus em glória, quando o homem da apostasia, que fala coisas arrogantes contra o Altíssimo, atentará obrar ilegalmente na Terra, contra nós cristãos, que temos aprendido a verdadeira adoração a Deus pela Lei, e as palavras que saíram de Jerusalém, por intermédio dos apostolos de Jesus. ”Justino creu que Cristo “Virá dos Céus em glória, acompanhado por suas hostes angelicais, quando ressuscitara os corpos de todos os homens que tem vivido e os revestira da imortalidade”. (Justin, Dialogue with Trypho; First Apology, chapter 52)

Irineu (130-2020), fala da “ressureição dos justos, que terá lugar DEPOIS da vinda do anticristo. Porém, quando este anticristo tiver devastado todas as coisas neste mundo… então o Senhor virá dos Céus, nas nuvens, na glória do Pai, mandando este homem e aqueles que o seguiam para o lago de fogo; porém dará início aos justos os tempos do Reino. Ele ainda fala de Reis que “darão seu reino à besta e a Igreja seria posta em fuga. Posteriormente estes serão destruídos pela vinda do Senhor. No fim a Igreja será repentinamente arrebatada” e, tendo vencido, será “coroada com a incorrupção”. (Irineaus, Againt Heresies, chapter 35:1; 30:4; 26:1; 29:1)

Tertuliano (160-240), cria que o anticristo se levantaria com poder perseguiria a Igreja. Afirmou o costume dos cristãos em orar para ter parte na ressurreição e encontrar com Cristo no final do mundo.

Hippolytus (170-236), falou dos quatro impérios de Daniel e que a queda do quarto império (que então se encotrava no poder) traria o temivel anticristo, que perseguiria a Igreja. Ele cria que a segunda vinda de Cristo seria o tempo em que os mortos seriam ressuscitados, o anticristo destruido e os santos glorificados. (Hippolytus, Treatise on Christ and antichrist, chapter 66,67)

Cypriano (200-258), Bispo cristão e mártir, cria que o anticristo reinaria e que DEPOIS Cristo viria no fim do mundo. (Cyprian, Epistle 55).

Lactantius (260-330), cria que o anticristo reinaria sobre o mundo e afligiria os justos, mas que Deus enviaria um Grande Rei para resgatá-los, destruir o iniquo com fogo e espada, ressuscitar os mortos e restaurar o mundo. ( Lactantius, The Divine Institutes, Vol 7)

Cyril (315-386), Bispo de Jerusalém, escreveu: “Cremos Nele, que também ascendeu aos Céus e se assentou à mão direita do Pai e virá em gloria para julgar os vivos e os mortos no fim do mundo, no último dia. Este mundo deve ter um fim; este mundo criado será refeito novo”. Escreveu de modo a entendermos que cria que o anticristo viria em poder, ANTES da segunda vinda de Cristo e que perseguiria a Igreja. (The Catechetical Lectures of St. Cyril, lecture 15).

Em suma, o que estes primitivos escritores nos transmitem é que criam numa manifestação do anticristo, após a queda do Império Romano, que perseguiria a Igreja, mas que seria aniquilado por Cristo em sua segunda vinda, ocasião em que os santos seriam ressuscitados e transformados para ocupar o Reino Milenar.

Detendo a manifestação do anticristo

E comum entre os dispensacionalistas a crença de que, o que detém a manifestação do anticristo seja a presença na Terra do Espirito Santo, ou da Igreja. Assim que, com o rapto da Igreja e. consequentemente, a retirada do Espirito Santo, o anticristo teria livre caminho para sua manifestação e ascensão.

Parece-nos que a Igreja de Tessalônica estava sendo pressionada a crer que a vinda do Mestre ocorreria já nos seus dias, e isto perturbava o bom andamento da Obra de Deus: “Ora, irmãos, rogamos-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com Ele, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” (2Tessalonicenses 2:1,2).

A partir daqui, Paulo estabelece algumas condições, sem as quais não se daria a segunda vinda do Senhor. Isto tranquilizaria a Igreja e a faria saber que, antes da vinda do Mestre, muitas coisas ainda sucederiam: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição”. (2Tessalonicenses 2:3 ).

Fica bem claro, portanto, que pelo menos duas coisas essenciais teriam que acontecer, antes que Jesus viesse: O surgimento da apostasia e a manifestação do Anticristo. A teoria futurista se esbarra seriamente neste texto, pois que advoga a idéia de que o Anticristo viria antes de Cristo. Visto que a vinda do homem do pecado está diretamente relacionada com a apostasia, pois é uma consequência direta da mesma, os futuristas forçosamente teriam que admitir que tampouco a apostasia também predita pelos apostolos já tenha vindo. Logo esta apostasia também teria que vir depois da segunda vinda do Mestre, o que seria uma aberração. Que diriam estes do papado e sua religião? Não é esta a religião apostatada há séculos? Que seria então este império religioso nas profecias?

Muitas idéias tem surgido, poupando o papado do tão justo e merecido titulo de Anticristo. Durante a segunda guerra mundial, alguns atribuíram ao Kaiser a condição de homem do pecado. Mais tarde, a Joseph Stalin, Franklin Roosevelt, Mussolini e Hitler. Alguém disse que em Mussolini se cumpriram cerca de 49 profecias sobre o Anticristo.

Outros atribuíram o título a Ninrode, a Nero ou a um imperador romano ressuscitado entre os mortos.

Alguns creem que o Anticristo será assassinado e que satanás o levantará dos mortos.

O conceito mais aceito, no entanto, é que este será um super-homem ateísta que exercera um poder mundial durante os ultimos anos desta era. Está é a teoria futurista. Em contraste com esta interpretação, vem a que chamamos, teoria cumprida.

Teoria Cumprida: É a linha de interpretação que defende o pensamento de que o Anticristo já veio e que este é o papado. O papado perseguiu os santos, a Igreja foi oculta por Deus no deserto, durante 1260 dias proféticos, ou anos, 42 meses ou ainda por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. A ascensão do papado foi o fruto da apostasia que teve início logo após o passamento dos santos apóstolos, conforme fora predito pelos mesmos. A remoção da capital do Império Romano em 330 para Constantinopla, no Oriente, abriu o espaço necessário para o estabelecimento do papado como um poder um poder político-religioso em Roma. Este pensamento combina perfeitamente com a palavra de Paulo em 2 Tessalonicenses 2:1-8 que descreve a ordem dos acontecimentos quanto a apostasia, o Anticristo e a segunda vinda de Jesus.

Posteriormente estaremos dando o histórico depoimento de notáveis protestantes reformadores como Wyclif, Huss, Lutero, Calvino, knox, Zuinglio, Tyndale, Foxe, Newton e Wesley, todos estes crendo que as profecias sobre o homem do pecado tiveram seu cumprimento em Roma Papal. Não seria demais, subestimar o testemunho destes homens? Quem inventou a teoria futurista? Com que propósito? Com todas as provas bíblicas e históricas neste estudo apresentadas, não cremos que seja possível alguém ainda duvidar que o Anticristo esteja situado no passado.

Voltemos agora a comentar 2 Tessalonicenses 2. Notem que uma das características do Anticristo é a que este exerceria um poder também religioso: “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” (verso 4). Isto evidentemente, não é coisa para um ateu, para Mussolini ou Hitler. Isto se aplica perfeitamente ao papado e às suas pretensões, conforme confirmaremos mais tarde, neste estudo.

Os versos 5 a 7 nos dão a entender que Paulo seguramente já tinha mencionado e até identificado qual era a barreira que ainda estava em pé, impedindo o surgimento e a ascensão do Anticristo. Porque Paulo não a declarou? Vamos conferir os versos: “Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera: somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado”. E então será revelado o iníquo…”

Paulo conhecia, bem como os tessalonicenses, quem estava detendo ou resistindo para que o iniquo não se manifestasse. Paulo, no entanto, se mostrou cauteloso, não mencionando nominalmente este impedimento por carta. Que seria este obstáculo? No entendimento dos adeptos do dispensacionalismo, se trata da Igreja ou do Espirito Santo, como já dissemos. Seria isto verdade? Se fosse o Espirito Santo ou a Igreja, Paulo não diria: vós sabeis o que o detém, mas revelaria, pois, nenhum problema haveria.

De acordo com os primitivos cristãos, este obstáculo era o Império Romano, sob o governo dos Césares. A queda deste traria o homem do pecado. Os primitivos cristãos embora sofressem sob o Império Romano Pagão, não desejavam sua queda, pois sabiam que pior seria sob o domínio do Anticristo, que os perseguiria implacavelmente. Lactantius, por exemplo disse: “Rogai ao Deus dos Céus que o Império Romano seja preservado, temendo que, mais cedo que supomos o tirano possa vir.” (Porcelli, The Antichrist-His Portrait and History, pg.49)

Justino Mártir, em suas apologias aos governantes romanos pagãos afirmou que os cristãos “compreendiam que a época os fazia orar pela continuidade do Império Romano, temendo os temíveis tempos do Anticristo, que esperavam suceder sua queda, pudesse alcançá-los em seus dias.” (From, the Prophetic Faith of our Fathers, pg.19)

Hyppalitus cria que a queda do quarto império, Roma, traria o Anticristo, que perseguiria os santos. (Idem, pg.271)

Em seus comentários sobre 2 Tessalonicenses 2, Tertuliano citou que o Estado Romano era o obstáculo que, sendo removido, abriria o caminho para o Anticristo. “Qual é o poder que detém (ou resiste)? Que, senão o Estado Romano, cuja queda e esfacelamento em dez reinos, introduzirá o Anticristo sobre suas próprias ruinas? (Ibidem, pg.563)

Cyril, de Jerusalém, no IV século, falando do assunto disse: “Este, o predito Anticristo, virá, quando os tempos do Império Romano se cumprirem… Dez reinos dos romanos, juntos se levantarão… entre estes o décimo primeiro é o Anticristo, quem, por artifícios mágicos e iníquos, lançará mão do poder Romano.” (Newton, Dissertations on the Prophecies, pg.463)

Jerônimo, notável bispo e tradutor, afirmou: “Ele, (Paulo), mostra que o que detém (o Anticristo) é o Império Romano; a não ser que este seja destruido e tirado do meio, conforme o profeta Daniel, o Anticristo não virá antes disso.” (Jerome, Commentaria, vol. 5 cap. 25)

Comentando posteriormente sobre 2 Tessalonicenses 2, disse que: “a menos que o Império Romano seja desolado e o Anticristo manifeste, Cristo não virá.” (Newton, Dissertations on the Prophecies, pg.463)

“Digamos, portanto, que todos os escritores eclesiásticos tem nos passados que, quando o Império Romano é destruído, dez reinos dividirão o mundo romano entre si, e então será revelado o homem do pecado.” (Porcelli, The Antichrist-His Portrait… pg.49)

Ambrósio também mencionou que o Império Romano era o que estava no caminho, barrando o aparecimento do Anticristo e que “depois da queda ou decadência do Império Romano, o Anticristo apareceria.”

Chrysostom afirmou: Alguém pode naturalmente indagar o que está detendo? Ele respondeu que era o Império Romano e que quando o Império Romano fosse tirado do caminho então ele (O Anticristo) viria.” Isto naturalmente. Falou ainda de como os impérios de Daniel 7 se sucederam, assim o Anticristo sucederia a Roma: “Como Roma sucedeu a Grécia, assim o Anticristo sucederá a Roma.” (Chrysostom, Homilies, pg.388, 389)

Assim temos visto o testemunho dos chamados “Pais da Igreja” que a uma afirmam que era

o Império Romano, o obstáculo à manifestação do Anticristo. O Expositor’s Bible Commentary, por exemplo, diz: “Não há razão para duvidar de que pais da Igreja estejam certos, na identificação do Império Romano e sua cabeça soberana.” (Denny, Commentary on Thessalonians, pg.325)

Em resumo; notemos o que alguns dos outros comentarista tem dito: “Temos o testemunho autorizado dos primeiros pais”, diz Elliott, “de Irineu (130-200), o discípulo do discípulo de S. João, até Chrysostom (347-407) e Jerônimo (331-420) a conclusão de que se entendia ser o poder imperial reinando e residindo em Roma.” (Elliott, Horae Apocalyticae, Liv3, pg.92)

Depois de muitas páginas cuidadosamente documentadas para provar sua argumentação, Froom afirma que o que detinha ou estava no caminho, impedindo o desenvolvimento do homem do pecado era interpretado na primitiva Igreja como o Império Romano. (From, The Profectic Faith of Our Fathers, vol. 1, pg,150)

Guinness diz: Os primeiros escritos dos pais dizem-nos com notável unanimidade que este impedimento ou obstáculo era o Império Romano, quando governados pelos Césares;

e que, com a queda dos Césares, ele (o homem do pecado) se levantaria.” (Guinness, Romanism and Reformation, pg.119)

A Enciclopédia Britânica diz que o poder que era universalmente criando pelos cristãos como o impedimento à revelação do Anticristo era o Império Romano. (Art. Anticristo vol.2 pq.60)

O Clarke’s Commentary afirma que o unânime testemunho dos líderes da Igreja daqueles primeiros séculos de que o impedimento a ser removido era o Império Romano. (Note on 2 Tessalonians 2)

“A Igreja Cristã, em geral, em todo o mundo daquela época, considerou o então Império Romano dos Césares, como o obstáculo do qual S. Paulo tinha falado como impedimento ou quem detinha, o aparecimento do Anticristo no cenário mundial.” (Tanner, Daniel and Revelation, pg.188,189)

Depoimento dos reformadores

Temos visto que notáveis lideres cristãos e escritores da antiguidade já nos deram fartas provas de que o Anticristo se levantou das ruinas do Império Romano Pagão. Para confirmar estes testemunhos, acrescentaremos agora o pensamento dos reformadores. Com a soma destes depoimentos, mais as irrefutáveis provas bíblicas, constataremos que a teoria futurística fica totalmente isolada. Resta-nos a decisão de firmarmos nossa fé na Rocha ou ficaremos com a frágil teoria criada há tão pouco na Inglaterra, pela jovem Margaret Mcdonald. A questão agora é de sinceridade e humildade. Desprezarmos a verdade bíblica, o testemunho dos líderes da Igreja primitiva e de conceituados reformistas por uma frágil teoria? Vejamos a palavra dos reformadores:

Froom diz: “Nos séculos que precederam a reforma um continuo crescimento de pessoas pias começou abertamente a expressar a convicção de que as graves profecias concernentes ao Anticristo estavam ainda em processo de cumprimento. Sentiam que a apostasia tinha já tomado lugar. Declararam que o Anticristo já tinha se estabelecido no Templo de Deus, vestido em púrpura e escarlate.” Referindo-se, sem dúvida, ao papado. (Froom, the prophetic Faith of Our Fathers. Vol.2 pg. 66)

Eberhard II, arcebispo de Salzburg (1200-1246), por exemplo, levou adiante o ensinamento de que a pequena ponta de Daniel 7 era o Papa, que este era um lobo vestido de ovelha, o Anticristo e o filho da perdição. Ele não esperava a futura vinda de um desconhecido Anticristo. Ao contrário, sua visão estava voltada a séculos atrás desde o desmembramento de Roma, vendo assim, no papado como um sistema ou sucessão, o cumprimento das profecias concernentes ao Anticristo. Foi excomungado pelo papa e morreu no exilio em 1246. (Idem, Vol.1 pg.798)

John Foxe, notório escritor do Foxe’s Book of Martyrs, (livro dos Mártires, de Foxe), fornece uma lista de estudiosos entre 1331 e 1360 que se opuseram aos falsos ensinos do Papa. Um destes, Michael, de Cesena, que tinha numerosos discípulos, não pouco dos quais foram mortos, declaravam “…ser o Papa o Anticristo, e a Igreja de Roma sendo a prostituta de Babilonia, embriagada com o sangue dos santos.” (Foxe, Acts and Monuments, pg. 445)

John Wyclif, ou Wycliffe, notório reformador Inglês, ensinou que a opressora ponta pequena de Daniel tinha alcançado seu cumprimento no papado que se levantou do quarto império, Roma. “Porque é necessário procurar outro Anticristo? Pergunta Wyclif. “No sétimo capitulo de Daniel, o Anticristo é forçosamente descrito como uma ponta se levantando na época do quarto reino… oprimindo os santos do Altíssimo.” (Froom, Vol.2 pg.55) Seu livro The Mirror of Antichrist, está repleto de referências ao Papa como o Anticristo.

Do trabalho de Wyclif, se espalharam os Lolardos ingleses que se tornaram em centenas de milhares. Citamos seus testemunhos, pela palavra de um deles, Lord Cobham, quando compareceu diante do Rei Henrique IV e foi instado a submeter-se ao Papa como um filho obediente, replicou: “No tocante ao Papa e sua espiritualidade, não lhe devo nem roupas ou obrigação visto que eu o conheço pelas Escrituras como sendo o grande Anticristo, o filho da perdição.” (Guinness, Romanism and the Reformation, pg. 134) Isto foi um seculo antes de Lutero.

Walter Brute, notável estudante, conferencista sobre profecias, associado de Wyclif, foi acusado em 1391 de afirmar frequente e comumente que “…o Papa é o Anticristo e um sedutor do povo.” (Foxe, Vol.1 pg 543)

Sir John Oldcastle (1360-1415), famoso cristão de Herefordshire, falou do Papa estas palavras: “Eu o conheço pelas Escrituras como sendo o Anticristo, o filho da perdição… Roma é o verdadeiro ninho do Anticristo e desde ninho saem todos os seus discípulos.” Oldcastle foi sentenciado à morte por identificar o Anticristo. Embora a sentença não fosse executada de imediato, ele foi arrastado a St. Giles, suspenso por uma corrente e lentamente queimado, enquanto que louvava a Deus até morrer. (Idem. Pg. 636-641)

John Huss (1369-1415), nasceu na Boêmia, teve boa educação e foi influenciado pelos ensinos de wyclif, o que o fez romper com Roma. Este classificou o Papa como o Anticristo advertido nas Escrituras e seus escritos o referiam constantemente como o inimigo da Igreja, não como um judeu, um pagão ou um turco, mas como um falso confessor de nome de Cristo.

O papa Matin V, publicou uma bula em 1418, na qual ordenava a punição tanto de homens, quanto de mulheres, que sustentassem o ensino de Wyclif ou Huss. A sessenta milhas de Praga, capital da Tchecoslovaquia, estava construida a cidade de Tabor numa ingreme montanha, para a qual os hussitas puderam “…se livrar do Anticristo.” (Froom, The Prophetic Faith Our Father, Vol.2 pg.121).

O próprio Huss foi condenado como um herege e entregue ao poder secular, para execução. Acompanhado por uma guarda de mil homens armados e grande multidão de expectadores foi conduzido através do pátio da Igreja, onde viu uma fogueira de seus livros em praça pública. Enquanto de joelhos orava, suas mãos estavam amarradas atrás e uma corrente enferrujada feria seu pescoço. Lenha e palha foram empilhadas em redor dele. O nome Huss significa ganso na língua Boêmia e, no lugar da execução Huss dizia: “Neste dia vocês estão queimando um ganso: de minhas cinzas, porém, se levantará um cisne que não sereis capazes de assar.” Expressão mais tarde citada por Lutero. “Huss começa a cantar”, escreveu Froom, “Porém o vento levou as chamas sobre sua face e silenciou suas palavras. Somente seus lábios se moviam até que se calaram mortalmente para seu testemunho contra o Anticristo da Profecia bíblica.” (Idem, pg.116)

Martinho Lutero (1483-1546), enquanto ainda sacerdote da Igreja Romana, discordou com a prática da venda de indulgências. Primeiramente ele buscou uma reforma dentro da Igreja. No entanto, à medida que crescia no conhecimento de Cristo, viu que a reforma seria impossível e que a mensagem era para “sair dela”. Sendo liberto da escravidão do sistema começou a pensar de o Papa era o Anticristo. Eventualmente esta crença foi manifesta. Seus amigos, temendo por sua segurança imploraram-lhe retirar seu livro To the German Nobility (A Nobreza Alemã). A isto ele respondeu em 18 de agosto de 1520: “Nós aqui temos a convicção de que o papado é o lugar do verdadeiro e real Anticristo… pessoalmente declaro que devo ao Papa nada mais que uma obediência ao Anticristo.” (Ibidem, pg.256) Dois meses mais tarde, em outubro de 1520 o livro de Lutero, On the Babylonian Captivity of the church (No cativeiro babilônico da Igreja), foi publicado. Neste ele falou do papado (do sistema, não necessariamente do Papa individualmente que então reinava), como “nada mais que o reino de Babilônia e do verdadeiro Anticristo… pois quem é o homem do pecado e o filho da perdição senão o que por seu ensino e ordenanças aumenta o pecado e a perdição das almas na Igreja; porquanto se assenta na Igreja como se fosse Deus? Todas estas condições tem, por muitos séculos sido cumpridas pela tirania papal.” (Lutero, Primeiros Princípios, pg.196,197).

Em 1540, Lutero escreveu: “Oh, Cristo, meu Senhor, olhe para nós e traga-nos o dia do juízo e destrua a ninhada de satanás em Roma. Lá se assenta o homem, de quem o apostolo Paulo escreveu (2 Tessalonicenses 2: 3,4 ) que oporá e se exaltará sobre tudo que se chama Deus, aquele homem do pecado, o filho da perdição… ele tira lei de Deus e exalta seus mandamentos sobre os mandamentos de Deus” (Froom,Vol.2 pg.281)

Para Lutero, as Escrituras não retratam o Anticristo como um infiel ou um super-político, mas como um que se levantaria do domínio da Igreja; isto é: “no meio da cristandade”. Concernente ao homem do pecado, ele citou o fato de que este “não se assentou num estábulo de demônios ou num chiqueiro de porcos, ou na companhia de infiéis, mas no mais elevado e santo lugar de todos, denominado o templo de Deus.” Ademais, ele explica: “Isto não é assentar no templo de Deus, professar-se o Governador de toda a Igreja? O que é o templo de Deus? Pedras e madeira? Não disse Paulo: O templo de Deus, que sois vós é santo? Assentar-se, que é senão reinar, ensinar e julgar? Quem, desde o princípio da Igreja, tem ousado intitular-se Mestre de toda a Igreja, senão o próprio Papa. Nenhum dos santos, nenhum dos hereges jamais declarou tão horrivel palavra de arrogância.” (Lutero, Works, Vol.2 pg 385)

É evidente que Lutero não creu que o Anticristo seria algum indivíduo solitário, no final dos tempos, pois disse: “O Anticristo de que Paulo fala, reina agora na corte de Roma.” Lutero entendeu que o papado era o Anticristo da profecia. Conforme a Enciclopédia Britânica diz: “Estas idéias se tornaram na dinâmica se tornaram na dinâmica força que impulsionou Lutero em sua contestação ao papado.” (Enciclopédia Britânica, Vol 2 pg 61 – Art. Anticristo)

Entre outros líderes na reforma alemã com Lutero, estava Andreas Osiander (1498-1552), também se posicionou contra o Anticristo Romano que falou palavras contra Deus e que tinha se assentado no templo de Deus. Seu conceito do Anticristo não se limitou a um indivíduo. Sentia que a opinião papal que o Anticristo era alguma futura pessoa, tinha levado as pessoas a olhar para o futuro, para um fictício Anticristo e assim passar por alto respeito ao verdadeiro Anticristo em Roma, que realmente já vinha exercendo sua influência por seculos. (Froom The Prophetic Faith of Our Fathers, Vol.1 pg 219,220)

Nicolaus Von Amsdorf (1483-1565), um amigo zeloso e chegado cooperador de Lutero, cria que o Anticristo se levantaria dentro do domínio da Igreja e que “o Papa é o real, verdadeiro Anticristo e não o vigário de Cristo.” (Idem, pg.305)

Philipp Melanchthon (1497-1560), também associado de Lutero, disse: “Visto que é certo o fato de pontífices e monges terem proibido o casamento (Cf. 1Tim. 4:1-3), é mais manifesto e, na verdade, sem qualquer dúvida que o pontífice romano, com toda sua ordem e reino, é o verdadeiro Anticristo… Semelhantemente em 2 Tessalonicenses 2, Paulo claramente afirma que o homem do pecado reinaria na Igreja, se exaltando sobre o culto a Deus, etc.” (Ibidem pg.288)

João Calvino (1509-1564), eminente reformador francês, em relação a Lutero, é considerado o segundo em influencia. Originalmente filho da Igreja Romana, por volta de 1532 abraçou a fé protestante. Suas publicações chegam a 50 volumes. Com referência ao Papa disse: “Eu o nego como vigário de Cristo, o qual em furiosa perseguição ao Evangelho, demonstrou por sua conduta que é o Anticristo. Eu o nego como o cabeça da Igreja.” (Calvino, Tratados, Vol1 pg 219,220)

Na clássica Institutos escreveu: “Algumas pessoas consideram-nos mui severos e críticos quando chamamos o pontífice romano de Anticristo. Porém, aqueles que são desta opinião não consideram que estão carregando a mesma carga de presunção contra o próprio Paulo, sobre quem falamos e cuja a linguagem adotamos… Quero resumidamente mostrar que (as palavras de Paulo em 2 Tessalonicenses 2) não dão margem a qualquer outra interpretação além da que se aplica ao papado.” Ele então afirma que o Anticristo devia ocultar-se na Igreja como que sob uma máscara e mostra como o papado tem cumprido as características delineadas por Paulo.

John Knox (1505-1572), mormente conhecido por seu trabalho de reforma na Escócia, foi perseguido de país a país, até que os interesses da Escócia, caíram em mãos protestantes. Knox pregou que as tradições e cerimonias romanas deviam ser abolidas, bem como, aquela tirania que o Papa tinha exercido por tantos séculos sobre a igreja, e que este devia ser conhecido como “o verdadeiro Anticristo e filho da perdição de que Paulo falou.” (Knox, The Zurich Letters, pg,199). Num público desafio, knox disse: “Considerando tua Igreja romana, tão corrompida como está agora… Eu não tenho mais dúvida de que é a Sinagoga de Satanas; e que, o cabeça portanto, chamado Papa, seja aquele homem do pecado de quem o Apóstolo falou.”

John Napier (1550-1617), notável matemático escocês e adepto da causa protestante, escreveu um comentário sobre Apocalipse, referido pela Enciclopédia Britânica como a

primeira obra escocesa importante na interpretação das Escrituras. Ele ensinou que o Anticristo foi o Papa e não um Turco, um judeu ou alguém de fora da religião, porque ele “deve assentar-se, disse Paulo, na Igreja de Deus.” (Froom, The Prophetic Faith of Our Father, Vol.2 pg.461)

Huldreich Zwingli (1484-1531), proeminente figura na obra da reforma, que surgiu na Suíça. Em 28 de dezembro de 1524 ele, mui sabiamente disse que o papado era maligno, mas que deveria ser derrotado pela pregação da Palavra com amor e nunca ser odiado. Referindo-se ao papado, disse: “Eu sei que nele opera o poder e a força do Diabo, que é do Anticristo… o papado tem de ser abolido…, Mas por nenhum outro meio poderá ele ser mais derrotado que pela Palavra de Deus (2 Tessalonicenses 2), pois, tão cedo o mundo receba isto corretamente, removerá o Papa sem coação.” (Principal Works of Zwingli, Vol.7 pg, 135)

Heinrich Bullinger (1504-1575), amigo de Zwingli, é considerado como um dos grandes expositores da profecia daquela época. Explicou que o reino dos papas se levantou entre as divisões de Roma, que o Papa é o Anticristo porque ele usurpa as chaves de Cristo, Sua autoridade real e sacerdotal. (Froom, Vol.2 pg. 343,344)

Theodor Bibliander (1504-1564), chamado o “Pai da Exegese Bíblica na Suíça”, notável tradutor e estudioso da Bíblia, declarou que o papado é o Anticristo predito em 2 Tessalonicenses 2.” (Bibliander Relatio Fidelis, pg.58)

Alfonsus Conradus, que fugiu da Itália para a Suíça por causa de suas convicções religiosas, em 1560 escreveu um longo comentário sobre o livro de Apocalipse, no qual ensinou que o papado romano é o Anticristo. Disse que era inútil esperar por uma vinda no Anticristo no futuro, porque este já tinha sido revelado no papado. (Froom, Vol.2 pg 319)

William Tyndale, (1484-1536), primeiro tradutor da Bíblia, do grego para o inglês, reformador e mártir, afirmou que a Igreja romana era Babilônia e que o Papa era o homem do pecado ou Anticristo, assentado no templo de Deus, e, é a Igreja. (Idem pg. 356) Repetidamente citava 2 Tessalonicenses 2, nesta relação

Nicholas Ridley (1500-1555), um famoso mártir inglês e homem de grande cultura, memorizou a maioria das epistolas no grego e escreveu inúmeras obras. Falou das decepções do romanismo e que “a cabeça, sob satanás, de todo o engano é o Anticristo e sua ninhada.”

Antes de seu martírio em 16 de outubro de 1555, Ridley escreveu uma despedida na qual disse adeus a sua esposa, irmãos, irmãs e amigos. Fez uma revisão de sua fé e de como o papado se desenvolveu através dos séculos. Falou de Roma como “o assento de satanás; e o bispo desta, que conservava as suas abominações é, inclusive o próprio Anticristo.” (Letters of Bishop Ridley, nº32)

John Bradford (1510-1555), amigo de Ridley, um notável pregador, foi também martirizado por sua posição protestante. Em 30 de Junho de 1555, foi retirado da prisão as altas horas da noite: todos os prisioneiros chorando se despediram. Assim que ele avançou adiante, grandes multidões o aguardavam, muitos chorando e orando por ele. Preso a uma estaca onde seria morto, levantou as mãos instou a Inglaterra ao arrependimento. Escreveu uma despedida, na qual declarou que foi condenado “por não reconhecer o Anticristo de Roma como o vigário geral de Cristo e supremo cabeça da Igreja Católica e universal.” Falou do papado como sendo, “indubitavelmente o grande Anticristo, de quem os apóstolos tanto nos admoestaram.” (Froom, Vol.2 pg.377, 379)

John Hooper (1495-1555), foi dos primeiros capturados por sua fé protestante quando Mary se assentou no trono na Inglaterra. Foi condenado porque não aceitaria a “iniqua religião papista do bispo de Roma.” Com uma multidão de sete mil muitas destas pessoas, chorando, Hooper foi amarrado numa estaca e lentamente queimado, enquanto orava. Ele cria que o assim chamado Vigario de Cristo, era realmente o grande e principal inimigo de Cristo; que nele se encontravam as verdadeiras propriedades do Anticristo, e que estas coisas estavam bem claras a todos que não estivessem cegos com a fumaça de Roma. (Idem, pg.381,382)

Hugh Latimer (1490-1555), foi ganho para a fé protestante e tornou-se um fervoroso pregador, não deixando tempo para a hipocrisia e tirania. Comentando as palavras de Paulo 2 Tessalonicenses 2, disse em 1552: “O Senhor não virá até que venha o desvio da fé: o que já ocorreu e é passado.” A apostasia não é coisa futura para Latimer. Tampouco seria o homem do pecado um indivíduo porvir, pois falando de seu dia, Latimer disse: “O Anticristo é conhecido por todo o mundo.”

Thomas Cranmer (1489-1556), escrevendo em 1550, disse do papado: “Eu sei como o Anticristo tem obscurecido a glória de Deus, e o verdadeiro conhecimento de Sua Palavra, encobrindo-o com névoas e nuvens de erro e ignorância por meio de falsos comentários e interpretações… tem se exaltado sobre seus colegas bispos, como o vigário de Deus, sim, mais propriamente como o próprio Deus; e pôs sobre si, autoridade sobre reis e imperadores e assentou-se no templo de Deus, que está, na consciência dos homens e posicionou seus decretos acima das leis de Deus e de todo o homem, dando-lhes licença para quebrantá-los.” (Cranmer, Works, Vol.1 pg.6,7)

Depois de mencionar as profecias de Daniel e Apocalipse, ele disse: “de que Roma seria o assento do Anticristo e o Papa o próprio e verdadeiro Anticristo, eu podia provar o mesmo por muitas outras escrituras, antigos escritores e fortes Razões.” (Idem, pg.62,63)

Cranmer foi martirizado por sua fé protestante. Em seu testemunho, enquanto morria, disse: “e com relação ao Papa, eu o rejeito como inimigo de Cristo e Anticristo, com toda sua falsa doutrina.” Foi então conduzido ao fogo, disse umas poucas palavras e, finalmente as chamas o transformaram num enegrecido cadáver.

Thomas Becon (1511-1567), autor de inúmeros livros sobre o papado, escreveu: “Desejamos de nosso Pai Celestial, que o Anticristo e seu reino, que tem seduzido e diariamente seduz… brevemente seja morto e se confunda com o sopro da boca do Senhor… que aquele homem iníquo, o filho da perdição, que é um adversário e está exaltado sobre tudo aquilo que se chama Deus ou que seja adorado, possa não prosseguir assentado no templo de Deus, se gabando em ser Deus.” (Froom, Vol.2 pg.403)

John Jewel (1522-1571), um dos grandes intelectuais da reforma inglesa, relacionou algumas das opiniões errôneas mantidas pela Igreja Católica Romana, como do Anticristo: que este podia ser um judeu da tribo da Dã, nascido na Babilônia ou Síria, ou ser um muçulmano, ou que este derrotaria Roma ou reconstruiria Jerusalém, etc… Aí comentou: “Estas estórias tem sido astutamente inventadas para encantar nossos olhos para, enquanto nos prendemos nestas suposições e assim nos ocupamos em manter uma sombra ou provável conjectura do Anticristo, ele, que é o verdadeiro Anticristo possa nos enganar.” Referia-se ao papado.

A seguir menciona que se nós tomarmos o termo “homem do pecado” por si só, podemos supor que signifique um homem individualmente. Porém tomando-se todas as evidências em

consideração, entendemos que uma sucessão de homens é o modo correto de entender. Citou que Roma pagã era o poder detentor que impedia o desenvolvimento do Anticristo e que “Paulo disse, o Anticristo não virá ainda: pois o imperador o impede: o imperador será removido: e então o Anticristo virá.” Este sistema de apostasia continuará até que seja destruído na vinda do Senhor. “Ele não quis dizer, no entanto, que o Anticristo seria apenas um homem, mas um estado ou reino de homens e uma sequência de certo poder e tirania na Igreja.” (Jewel, Na Exposition Upon the Two Epistles to the Tessalonians, Vol.2 pg.813)

Edwin Sandys (1519-1588). Seus 22 sermões têm sido preservados até nossos dias. Falando sobre Isaias 55:1, disse: “A vós, todos os que tendes sede, vinde as águas… vinde e comprai… sem dinheiro e sem preço…”, contrastando este convite com o do Anticristo papal que exige dinheiro por suas bênçãos: “Aquele que está sentando no templo de Deus e que se autodenominou vigário de Cristo semelhantemente oferece ao povo pão, agua, vinho, leite, perdão de pecados, graça, misericórdia e vida eterna; mas não de graça: é um comerciante, não dá nada e vende o que nada é… sua água benta que não pode remover as manchas… sua blasfema massa, que não satisfaz, mas que provoca a ira de Deus… Suas podres relíquias que não te confortam… por seu trabalho em Latim, você não se edifica nem se faz sábio. Sim, sua falsidade eles vendem por dinheiro e sobre este refugo fazem os incautos desperdiçar suas posses… Assim você nota a diferença entre Cristo e o Anticristo.” (The Sermons of Edwin Sandys, pg. 11, 12)

William Fluke (1538-1589), um puritano inglês, apontou Roma como o trono do Anticristo (que foi ocupado após a remoção do Império Civil) e que o Anticristo era uma sucessão de homens, não um simples indivíduo. Voltando-se para Roma, disse: “É facil encontrar a pessoa descrita por Paulo; uma nota exclui especialmente os tiranos pagãos, Ele se assentará no templo de Deus: que podemos ver sendo cumprido no Papa… o Papa é o homem do Pecado e O Filho da Perdição, o adversário que se levantou a si próprio sobre tudo que se chama Deus e que será destruído pela glória de sua vinda.”

Em 1611, a versão da Bíblia conhecida como King James Version, foi publicada e desde então tem atingido ampla circulação e uso. Os tradutores, homens de cultura e de conhecimento histórico, reconheceram que o papado fora o homem do pecado e que a livre publicação da verdade bíblica estava lhe aplicando um grande golpe. Então escreveram em sua dedicação a King James: “…o zelo de vossa majestade para com a casa de Deus não enfraqueça ou volte atrás, seja, porém, mais e mais solidificado, manifestando-se as mais distantes partes cristianizadas do exterior, escrevendo-lhes em defesa da verdade que tem sido dada como um golpe ao homem do pecado sem possibilidade de cura” É evidente que estes homens não entendiam que o homem do pecado fosse um indivíduo a ser revelado em alguma época no futuro.

King James (1566-1625), creu que, seguindo a remoção dos imperadores romanos, o reino do Anticristo teve início. Isto foi, sem dúvida, uma referência à ascensão do papado que ele cria ser o Anticristo e o mistério da iniquidade. (Froom, vol.2 pg.540,541)

Sir Isaac Newton (1642-1725), é bem conhecido na história por sua pesquisa cientifica, especialmente em relação as leis da gravidade. Foi um escritor, matemático, filosofo e também um estudante da profecia bíblica. Seus escritos sobre profecia (de um estudo de 42 anos) intitulado; Observações sobre as Profecias de Daniel e Apocalipse de S. João, foi publicado seis anos após sua morte. Newton associou a pequena ponta de Daniel 7 com o papado, levantada entre os dez reinos que derribaram o Império Romano. “Porem este foi um reino diferente dos outros dez reinos… Por seus olhos era um vidente; e por sua boca falava grandes coisas e mudava os tempos e as leis; era um Profeta e ao mesmo tempo um Rei. Como um vidente, profeta e rei, é a Igreja de Roma. Um vidente… é um bispo no sentido literal para o mundo; sua igreja reivindica o bispado universal. Com sua boca dita leis a reis e nações como um oraculo; aspira a infabilidade e que suas determinações sejam obrigatórias a todo mundo; que seja um profeta no mais alto grau.” (Newton, Observations on the Prophecies, pg.75)

Johann Albrecht Bengel (1687-1725), “cedo se convenceu que o Papa era o Anticristo.” Por seus livros que foram traduzidos em muitos idiomas, teve forte influência sobre um grande número de pessoas, inclusive Wesley.

John Wesley (1703-1791), fundador do metodismo, cujo ministério atingiu a vida de milhares, cria que as profecias concernentes ao Anticristo, o homem do pecado, tiveram seu cumprimento em “Roma Papal” (Wesley, Explanatory Notes Upon The New Testament, pg.290)

Em 1754, Wesley escreveu estas palavras no que tange ao papado: “Ele é, num sentido enfático, o homem do pecado, na forma que amplia o pecado sob medida, E também, em estilo próprio, o filho da perdição, pela forma com que tem provocado a morte de numerosas multidões, tanto de opositores e seguidores… Ele é… aquele que a si mesmo se exalta sobre tudo o que é chamado Deus, ou que é adorado… reivindicando o poder máximo e a mais elevada honra… almejando prerrogativas que pertencem somente a Deus.” (Wesley, Antichrist and his ten kingdons, pg.110)

Froom resume esta evidência, nestas palavras: “Nós temos visto a notável unanimidade de crença dos líderes reformistas, em todas as áreas, de que o Anticristo da profecia não é uma simples pessoa, algum tipo de super-homem, que destruirá e quase arruinará o mundo pouco antes da segunda vinda de Cristo. Ao contrário, estes fundaram o que é um vasto sistema de apostasia, ou melhor, uma imposta imitação da verdade que tem desenvolvido dentro da jurisdição da mencionada custódia da fé, a Igreja Cristã.” (Froom, vol.2 pg.793)

Um notável número de livros sobre o Anticristo Papal foi escrito durante os séculos que seguiram a reforma. Citaremos dois: Anticristo Romano, escrito em 1612 por Andreas Helwig, de Berlim (O primeiro, de acordo com Froom e Elliott, a ligar o nº666 com a descrição papaç Vicarius Filii Dei) e Dissertations on the Prophecies, escrito por Thomas Newton em 1748 demonstrando que a profecia do homem do pecado tinha encontrado seu total cumprimento no papado romano.

Este mesmo ponto foi enfatizado nos credos protestantes. A Westminter Confession of Faith, usada pela Igreja da Inglaterra e, posteriormente, pela Igreja Presbiteriana, diz: “Não há outro Cabeça da Igreja, senão o Senhor Jesus Cristo, nem pode o Papa de Roma, de modo algum, ser a cabeça, pois é aquele Anticristo, aquele homem do pecado e filho da perdição, que a si mesmo se exaltou na Igreja, contra Cristo e tudo que é chamado Deus.” (Cap.25, seção 6). Esta mesma afirmativa, com diferença apenas em palavras, é encontrada em The Savoy Declaration da Igreja Congregacional, na Baptist Confession de 1689 e na The Philadelphia Confession of Faith. (Estes Livros são manuais de fé destes grupos)

A Morland Confession de 1508 e 1535 (que representa as crenças dos irmãos valdenses) diz no artigo 8º: “Que o Anticristo, o homem do pecado, se assenta no templo de Deus, que é na Igreja, de quem os profetas, Cristo e seus apóstolos predisseram, admoestando a todos os fiéis a estarem atentos nele e nos seus erros, e a não serem removidos da verdade.”

O trabalho da reforma na Suiça, produziu a Helvetic Confession em 1536, na qual o papado é citado como o predito Anticristo. A Lutheran Statement contida nos Smalcald Articles diz: “O Papa é o verdadeiro Anticristo, que a si mesmo se exaltou sobre tudo e se opos a Cristo, pois que não permite aos cristãos serem salvos sem seu poder, o que, no entanto, nada é, nem foi ordenado ou mandado por Deus.” Estes credos representam a crença de muitos milhares.

Como as Igrejas eram estabelecidas na América, também a mesma idéia concernente ao papado foi mantida. Em 1680 as Igrejas da Nova Inglaterra delinearam uma Confissão de Fé, na qual afirmaram que Jesus Cristo é o cabeça da Igreja e não o Papa de Roma; que é, inclusive, o Anticristo e o Filho da Perdição. “Este”, escreve Froom, “era a posição comumente aceita na América.” (Idem, Vol.3 pg.111) Como Samuel Lee (1625-1691), um erudito ministro de New Bristol, Rhode Island, disse: “é convencionado entre todos os mantenedores da Igreja Evangélica que a Roma Pontifícia é o Anticristo.” (Lee, The Cutting Of Antichrist, pg.1)

John Cotton (1584-1652), um ministro puritano de Plymouth e Boston, ensinou que Apocalipse 13 era um retrato do papado. Cotton é considerado como o primeiro expositor profético da América.

Roger Williams (1603-1683), fundador da primeira Igreja Batista na América, semelhantemente, falou do Papa como “o pretenso vigário de Cristo na Terra, que se assenta como Deus no templo de Deus, se exaltando, não apenas sobre tudo que é chamado Deus, mas sobre as almas e consciências de todos seus vassalos, sim, sobre o Espírito de Cristo, sobre o Espírito Santo, sim, o próprio Deus… falando contra o Deus dos Céus, pensando em mudar os tempos e as leis: porém este é o filho da perdição.” (Froom, Vol.3 pg.52)

Cotton Mather (1663-1728), um teólogo congregacional, em seu livro Fall of Babylon (Queda de Babilonia), perguntou: “Deve o Papa de Roma ser visto como o Anticristo, que vindo e reinando, tinha sido predito pelos antigos oraculos?” A isto respondeu: “Os oraculos de Deus previam o levantamento de um Anticristo na Igreja Cristã; e no Papa de Roma, todas as caracteristicas daquele Anticristo são admiravelmente respostadas, assim que, se alguem que ler as Escrituras não o ver, é porque há uma admiravel cegueira nestes.” (Idem. Vo.3 pg.113)

Samuel Cooper (1725-1783), que ministrou uma série de palestras em Havard, disse: “Se o Anticristo não for encontrado na cadeira de S. Pedro, este não será encontrado em parte alguma.” Ele cria que o Anticristo estava na sucessão de bispos, em Roma. (Cooper, a discourse on the Man of Sin, pg.12)

Jonathan Edwards (1703-1758), um famoso avivalista e terceiro presidente de Princeton, identificou o “Papa e seu clero” como o poder profetizado em 2 Tessalonicenses 2, Daniel 7 e Apocalipse 13 e 17. Seu neto, Timothy Dwight (1752-1817), também um ministro, falou de como os Papas “tem se assentado na Igreja, ou templo de Deus, mostrando que eram Deus, por assumirem poderes que pertenciam somente a Deus: os poderes, por exemplo, de fazer leis para prender as consciências dos homens, ou para perdoar pecados; de formar normas religiosas; de introduzir novas leis para a conduta e governo da igreja… enfim, tem a eles mesmos se exaltado sobre tudo o que é chamado Deus ou que é adorado.” (Dwight, A Sermon Preached at Northampton, pg.27)

Depois de muitas páginas cuidadosamente documentadas, provando sua posição, conclui: “A visão futurista de um individual…Anticristo era desconhecida entre os protestantes da América do Norte, antes do século 19.” (Froom, Vol.3, pg.257)

Se através dos séculos os grandes líderes cristãos e os reformadores creram e ensinaram que as profecias do Anticristo encontraram seu cumprimento no papado, o que teria obscurecido tão grandemente esta verdade em nossa época? Obviamente, em algum lugar, alguma coisa, de algum modo, aconteceu! Nós sabemos onde. Nós sabemos quando. Nós sabemos porquê. Vamos aceitar a verdade ou não? Ou seria melhor prosseguir defendendo Roma?

Material compilado e adaptado de Great Prophecies of the Bible, de Ralph Woodrow. Elaborado por Abiezer Junqueira e Altair Junqueira.

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