A Relação da Igreja com Cristo

A Igreja deve sua existência a Cristo. Cristo é o construtor e o alicerce da Igreja. Sua morte sacrificial e ressurreição para a imortalidade proveu a base da salvação...

A Igreja deve sua existência a Cristo. Cristo é o construtor e o alicerce da Igreja. Sua morte sacrificial e ressurreição para a imortalidade proveu a base da salvação e o fundamento da Igreja. Se Jesus não houvesse se tornado o sacrifício do homem, não haveria Igreja; os pecadores não teriam salvação. Se Jesus não houvesse ressuscitado dentre os mortos, a Igreja não teria um cabeça vivo; ela não teria vida. Em Cristo, a Igreja tem sua origem, crescimento e esperança de glória. O triunfo da Igreja durante a Era da Igreja é a prova de que Cristo está vivo e operando em Sua Igreja. A Igreja é capaz de cumprir seu propósito divino devido a sua relação com Cristo. Ela é capaz de ser a luz do mundo e o sal da terra por causa de sua união com Ele. A relação entre Cristo e Sua Igreja é vital, real e pessoal.

A Igreja é igual à soma de seus membros. A Igreja é espiritual se seus membros são espirituais. A igreja é santa se seus membros são santos. A Igreja mantém um contato vivo com Cristo somente se seus membros mantiverem um relacionamento redentor com o vivo Senhor. A Igreja é o corpo de Cristo porque cada membro apresenta seu corpo como um sacrifício vivo e permite que Cristo seja Senhor e Mestre. A Igreja é o edifício de Cristo porque cada membro é um templo vivo, edificado sobre o Senhor Jesus Cristo e habitado pela Sua presença. A Igreja é a noiva de Cristo porque cada membro sustenta uma relação de amor com o divino Amante. A união de Cristo com a Igreja, portanto, se torna uma realidade mediante a Sua união com os crentes.

A relação da Igreja com Cristo é observada por muitos nomes atribuídos ao novo povo de Deus. Os crentes são chamados cristãos três vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; 26:28; 1 Pedro 4:16). Eles são chamados de discípulos cerca de 272 vezes, mas somente nos Evangelhos e nos Atos; eles nunca são descritos como discípulos em qualquer outro livro do Novo Testamento. Outros nomes e ilustrações usados para designar o novo povo de Deus no Novo Testamento incluem: embaixadores (2 Coríntios 5:20), atletas (1 Coríntios 9:24; Hebreus 12:1), crentes (Atos 5:14 ARA), irmãos (Romanos 12:1), peregrinos (Hebreus 11:13; 1 Pedro 2:11); sacerdotes (1 Pedro 2:5,9), santos (Filipenses 1:1), servos (Romanos 1:1), ovelhas (Atos 20:28; João 10:14), soldados (2 Timóteo 2:3,5) e pedras (1 Pedro 2:5).

Cinco importantes nomes que descrevem a relação da Igreja com Cristo começam com a mesma letra do alfabeto (em inglês). Um membro da Igreja é um crente, ramo, corpo, edifício e noiva.

Christian                  Cristão                      Cristo

Believer                     Crente                                   Salvador

Branch                      Ramo                          Videira

Body                          Corpo                         Cabeça

Building                    Edifício                      Alicerce

Bride                         Noiva                         Noivo

  1. Crente

Cristo é Sacrifício, Substituto, Salvador; os cristãos são crentes. Crente é o mais importante nome do cristão no Novo Testamento porque a fé ocupa o principal lugar na conversão e na vida cristã. “Tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23). Os pecadores são salvos pela fé. A fé é a causa instrumental da salvação. É a condição que o homem deve preencher para que possa receber as dádivas da salvação de Deus. A fé salvadora, é claro, pressupõe que o pecador tenha ouvido o evangelho, e tenha sido acompanhada de genuíno arrependimento e batismo segundo a escritura.

  1. Ramo

Ao descrever a união pessoal, vital e invisível entre Ele e Seus seguidores, Jesus disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5 ARA). A videira é Cristo; os ramos representam o cristão. A posição do ramo na videira está representada pela frase “em Cristo”. O pecador ocupa esta posição através da conversão e desta forma estabelece uma união orgânica entre ele mesmo e Cristo. O ramo é enxertado na videira de forma única e definitiva e preenche aquela posição. Se o ramo é cortado da videira, o ramo murcha e morre.

O fluído vivo que transmite vida e nutrição da videira para o ramo é o Espírito ou poder de Cristo. O fato de que a vida da videira passa para o ramo retrata Cristo habitando no cristão através de Seu poder. A vida da videira fluindo para dentro do ramo está representada pela frase “Cristo em vós”. Não somente o ramo deve estar enxertado na videira, mas também a vida da videira deve fluir para o ramo. Não somente deve o crente estar em Cristo, mas também Cristo deve estar no crente. As duas frases “em Cristo” e “Cristo em vós” resumem a explicação de Paulo sobre a salvação. O embrião e a semente da teologia de Paulo podem ser encontrados no discurso de nosso Senhor no cenáculo (João 13 até 17).

O fruto da videira representa o fruto do Espírito (Gálatas 5:22,23.) O fruto é produzido no ramo, mas não é produzido pelo ramo; ele é produzido pela videira. O meio através do qual a videira produz o fruto no ramo é a seiva da videira. O fruto do Espírito é a verdadeira justiça produzida na vida do crente, mas não é justiça própria; é o resultado do poder de Cristo. O meio através do qual Cristo produz a graça espiritual dentro do crente é o Seu Espírito. Estas características, portanto, são designadas como fruto do Espírito.

III. Corpo

Cada crente é um corpo do qual Cristo é o cabeça. “Cristo é o cabeça de todo homem” (1 Coríntios 11:3 ARA). Como cabeça, Cristo é o Senhor de cada crente (João 13:13; Lucas 6:46). A Igreja, composta de todos os verdadeiros crentes, é o corpo de Cristo. Como cabeça da Igreja, Cristo é o governante (Efésios 1:20-23; Colossenses 1:18). Ele é a fonte da vida do corpo (Efésios 4:15,16; Gálatas 2:20); Ele é o centro da unidade para os membros (Colossenses 2:19). Como corpo de Cristo, a Igreja está sujeita a Ele, sua cabeça (Efésios 5:23,24). A Igreja deve ser submissa à Sua autoridade e seguir Seus ensinamentos. A Igreja depende de Cristo para ter vida; separada dessa cabeça, ela não poderia viver.

Como membros do mesmo corpo de Cristo, os crentes pertencem uns aos outros. Os membros estão mais intimamente ligados uns aos outros do que irmãos e irmãs, ou pais e filhos. Eles são “parentes de sangue” mediante o precioso sangue de Cristo. Todos os membros do corpo são igualmente necessários (1 Coríntios 12:12-27; Romanos 12:4,5). Os crentes estão unidos em Cristo (Efésios 4:1-6, 15,16; João 17:20,21). Assim como dois pontos no desenho de um círculo aproximam-se um do outro quando se dirigem ao centro deste círculo, dois crentes são trazidos mais para perto na medida em que se aproximam de Cristo. Na Santa Ceia, o partir do pão representa o corpo de Cristo. O fato do pão ser quebrado em vários pedaços indica que o corpo consiste de muitos membros. Quando cada crente participa de um pedaço do pão, ele indica sua posição como membro do corpo de Cristo.

  1. Edifício

Cada crente é um edifício ou templo no qual Cristo e Deus habitam através do Espírito (1 Coríntios 3:16,17; 6:19,20). Todos os crentes juntos constituem o edifício invisível ou templo de Cristo e Deus. Cristo é o alicerce da Igreja. Cristo não edificou Sua Igreja sobre Pedro ou qualquer outro homem. O próprio Cristo é a única fundação da Igreja. “Porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:11). Os cristãos são pedras que estão sendo preparadas hoje (1 Pedro 2:4,5; 1 Coríntios 3:12,13). As pedras serão reunidas quando a Igreja for completada na volta de Cristo (Mateus 24:40-42; 1 Tessalonicenses 4:16,17).

Quando Salomão construiu o templo em Jerusalém, o edifício foi levantado sem o som de uma ferramenta (1 Reis 6:7). As pedras para o templo foram retiradas a leste do Rio Jordão, trazidas para Jerusalém e silenciosamente agregadas de acordo com o projeto. Da mesma forma, os membros da Igreja de Cristo, Seu templo invisível, estão sendo retirados do mundo, moldados à imagem moral de Cristo e preparados para um uso glorioso. Quando Jesus vier, as pedras serão agregadas; todos os cristãos verdadeiros serão reunidos. Aqueles que houverem dormido na morte serão ressuscitados para a imortalidade. Os cristãos vivos na vinda de Jesus serão arrebatados juntamente nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares. O templo não estará completo e reunido até que Jesus retorne. Ainda existe oportunidade para que alguém possa se tornar uma pedra viva em Seu glorioso edifício, a Igreja.

  1. Noiva

A Igreja é a noiva de Cristo; Cristo é o noivo para a Igreja. Sua noiva é o objeto de Seu amor e a fonte de Sua alegria. Hoje, Cristo, como noivo, está em busca de pecadores que responderão ao Seu amor e que desejarão passar a eternidade junto dele (Efésios 5:25-27,32; João 3:29; 2 Coríntios 11:2; Romanos 7:4.) A Igreja hoje está sendo preparada para se unir com o noivo na Sua segunda vinda. Os cristãos são purificados dos pecados e transformados à Sua semelhança, de forma que quando o noivo aparecer, eles estarão “vestidos de linho fino, puro e resplandecente” (Apocalipse 19:7,8), “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante” (Efésios 5:25-27). Portanto, a Igreja será “toda ilustre” (Salmos 45:13), com vestes “bordadas” (Salmos 45:14). O casamento de Cristo com Sua noiva ocorrerá quando Ele vier novamente (Apocalipse 19:7,8). Hoje os membros da Igreja se preparam para esse evento. Hoje é o tempo da preparação; amanhã pode ser muito tarde. Hoje é o tempo para que a Igreja se prepare para ser glorificada com Cristo, o Noivo.

A noiva de Isaque, Rebeca (Gênesis 24), e a noiva de Adão, Eva (Gênesis 2:18-23), são figuras da Igreja, a noiva de Cristo. A formação de Eva está descrita em Gênesis 2:21,22: “Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.”

O sono profundo de Adão é uma figura do profundo sono da morte de Cristo. Se Adão não fosse colocado no sono profundo, não haveria uma noiva para ele. Se Jesus não houvesse morrido como sacrifício pelo pecador, não existiria Igreja. O Noivo explicou: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (João 12:24). Enquanto Adão dormia, uma costela foi removida de seu lado de forma que a noiva pôde ser formada. Enquanto Jesus estava na cruz, Seu lado foi perfurado pela lança do soldado e saiu sangue e água (João 19:34). O sangue vertido pelo Noivo tornou possível a formação da Igreja, Sua noiva. Há vida para a Igreja no sangue de Jesus Cristo.

Print Friendly, PDF & Email
Categories
PARTE VI - Eclesiologia
No Comment

Leave a Reply

*

*

RELATED BY

Translate »
%d blogueiros gostam disto: